Relatos de uma UX Writer que embarcou há 3 meses na área
A jornada está só começando. Ainda há muito a aprender, mas vou contar um pouco sobre como tem sido esse início
Em agosto fez 3 meses que ocorreu a minha migração para área de UXW. Coincidentemente me deparei com uma live produzida pela Mergo, com participação da Cris Luckner, falando sobre os primeiros 90 dias de um UX Writer.
Pois bem, entendi isso como um sinal para que eu fizesse meu artigo falando da minha experiência nesse ainda curto, mas proveitoso período. Eu vou contar tudinho (ou quase tudo rs), então senta que lá vem história.
A ansiedade da espera pelo SIM, dá lugar a um mix de sentimentos e emoções. Começar em uma empresa nova já dá aquele friozinho na barriga, ainda mais em área nova, em um novo cenário, em que você só vai conhecer as pessoas pela tela do computador.
Nada de ir à mesa da pessoa para puxar conversa, cruzar pelos corredores com as pessoas ou aqueles encontros para um bate-papo gostoso na hora do café. Coisas simples, mas que ajudam a construir e moldar relações. No ambiente digital, a meu ver esse é o primeiro desafio, independentemente da área. (Mas, gosto de home office…rs)
Mas, dramas à parte…Fui bem recebida, rolou o onboarding, fui conhecendo as pessoas, MUITAS pessoas, tive até que fazer uma colinha com nome e squad para poder procurar a pessoa depois…rs. E foi muito útil, dica do Thiago, ainda no curso da Awari.
Aos poucos fui conhecendo melhor as equipes com as quais ia trabalhar diretamente, os processos, ferramentas, regras de negócio, fui entendendo a empresa como um todo…É uma enxurrada de informações, e por vários momentos eu me sentia perdida. E isso é normal, apesar de ser angustiante.
A gente se vê na pressão de cobrança, de tenho que aprender logo, tenho que saber de tudo o mais rápido possível. E não é bem assim. Precisamos de um tempinho pra absorver o conhecimento, entender os fluxos e aos poucos ir se adequando.
Por mais que as lideranças falassem para ter paciência, que no primeiro mês nos sentiríamos perdidos, no segundo mês ainda perdidos, mas já sabendo a quem recorrer e lidando melhor com a rotina. Batia um desespero. E não foi só comigo, outras pessoas entraram na mesma época e passaram pela mesma situação(e dava até um certo alívio saber disso, não estava sozinha…rs).
Colegas de outras empresas também relataram a mesma situação, então já sabe, quando você migrar, talvez você sinta isso também, e faz parte do processo. Não se culpe, não se cobre tanto! Paciência e um dia de cada vez. (não é fácil, mas tente se lembrar disso, eu estou tentando.)
Cada empresa terá um processo diferente, cenários distintos. No meu caso, entraram comigo mais duas pessoas para atuação em writing. Fomos os primeiros da companhia, e aos poucos estamos pavimentando uma estrada pra essa disciplina relativamente nova, mas crescente e extremamente importante. Digamos que writing é o irmão caçula do guarda-chuva de UX, que chegou na família para somar!
Sabe aquela expressão: pegar o bonde andando? Pois bem, é meio assim quando você chega e tem vários projetos em andamento, muitos praticamente finalizados, muitas reuniões com as squads, o que é bem comum na área, às vezes uma emenda na outra, sério! Aí, o que a gente faz? (Chora? Também é uma opção, mas não resolve…rs).
Para tentar correr atrás do “prejuízo”, é bom acessar os materiais que os times trabalharam, bater um papo com a pessoa de produto, product designer e researcher, faz TODA a diferença. Assim, tendo o entendimento você consegue colaborar revendo os textos dos fluxos, mensagerias e adequando a linguagem quando for necessário. E aos poucos vai colaborando com mais entregas.
Ah, o time de pesquisa foi um grande apoio quando entrei, aproveito para agradecer as queridas, Marcela, Camila e Ludmyla. Sem elas o caminho teria sido bem mais difícil, com toda certeza! ❤
Em paralelo ao trabalho com as squads, a Leandra, o Bruno (ux writers que comentei anteriormente) e eu, fizemos juntos um manifesto da área de experiência, um trabalho feito à 6 mãos, que poderia ter se tornado um Frankenstein haha, mas NÃO, o resultado foi bem bacana e há poucos dias ele se transformou em um vídeo lindo!
Agora, mudando um pouquinho o cenário dos trabalhos já em andamento pelas squads. Há aproximadamente um mês e meio, entrou um novo projeto, zeradinho. Complicado e perfeitinho! ❤ Complicado porque é algo bem robusto e perfeitinho por toda experiência que está agregando.
Além de ser um grande momento por poder participar desde o início do processo, do jeitinho que ouvimos falar nos cursos, nas lives, meetups e escutamos dos colegas que estão há mais tempo na área.
Nesses casos é sempre necessário ter um onboarding com o product manager e product owner para entender o produto, saber as expectativas, necessidades, quais serão as entregas, prazos. O P.M. ou P.O. passam um briefing detalhado explicando o que é e quais são os objetivos do projeto.
E nessa missão de construir um novo produto, eu embarquei com meus amigos e profissionais mega competentes, Caio e Kalili, poderiam até ser uma dupla sertaneja, mas eles são Products designers, e Ludmyla (que eu já citei antes), a UX Researcher. E assim surgiu o novo quarteto fantástico... haha. ❤
Antes de voltar a falar sobre o projeto, aproveito para enfatizar a nossa parceria, extremamente importante em qualquer squad. A conexão entre nós foi muito boa logo de cara, trabalhamos juntos mesmo, um ajudando o outro, motivando, entendendo, sofrendo juntos haha…
Esses dias, vi uma frase no Instagram do Edu Agni, da Mergo, que dizia: “Trabalho em equipe: uma cultura centrada no ser humano não começa no produto, e sim com um time colaborativo e empático”. E isso sintetiza perfeitamente o nosso quarteto. Sou só amor por essa galera com quem aprendo tanto diariamente.
A Lud, nos abandonou rs foi para outra oportunidade, mas nada vai apagar a contribuição dela nesse trabalho. E recentemente recebemos com todo carinho e apoio, o novo pesquisador, o Matheus. E esse time é fadado a se conectar rapidamente, ainda bem!
Agora, vamos ao discovery…A fase das descobertas. Para isso, utilizamos algumas metodologias e ferramentas. Iniciamos fazendo uma matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas) utilizando um board no Miro com as três colunas e fomos preenchendo com os post its (com cores diferentes para cada coluna) para mapearmos o que já sabíamos a respeito do produto, o que supomos ter entendido, mas que ainda era necessário confirmação, e quais perguntas ainda precisavam ser feitas para sanar nossas dúvidas, que foram muitas!
Com apoio do P.O. identificamos alguns perfis de usuários, agendamos as entrevistas para entender sua rotina, dores, necessidades e expectativas para que consigamos entregar a melhor experiência para todos que utilizarão o produto.
Optamos pela entrevista semiestruturada que é mais flexível. Apesar de ter um roteiro, esse modelo abre espaço para que possamos fazer outras perguntas durante o processo. Conforme a pessoa vai respondendo, outras dúvidas vão surgindo, ou nos aprofundamos mais em algum tópico abordado, são questionamentos que enriquecem ainda mais o nosso repertório.
Com base nas entrevistas começamos a criar as personas para melhor entendimento sobre as necessidades, dores e expectativas dos perfis mapeados. Visando trabalhar todos os aspectos para projetar e tomar decisões mais certeiras, culminando na entrega de um produto que atenda às necessidades das pessoas usuárias.
Criamos um mapa de empatia para deixar ainda mais visual o que a nossa persona: pensa e sente? O que escuta? O que fala e faz? O que vê? Quais suas dores e ganhos? E fizemos também o mapa de afinidade (só faltou o mapa astral rsrs) que nos ajudou a agrupar informações semelhantes que foram colhidas durante as entrevistas.
O processo de discovery continua, pois o produto vai atender diversas áreas da companhia.Temos muito trabalho pela frente, mas os próximos passos serão ideação, prototipação e teste de usabilidade. Mas, aí é outra história com a possibilidade de um artigo aqui no Medium.
E você quer migrar de área? Persista! O seu sim vai chegar, e logo eu estarei lendo sua história também. Ou já migrou e teve uma experiência parecida ou totalmente diferente, me conta? Se quiser, me chama lá no Linkedin, vamos trocar uma ideia.